Coimbra
Deslumbro-me com esta cidade. É uma das muitas coisas que nunca consegui explicar, mas encontro companhia para a minha melancolia e solidão contemplando a cidade. Quando preciso de me procurar, fecho-me no carro e passeio pelas várias estradas que a circundam, entregando-me à minha solidão sem fim. Coimbra é muitas vezes claustrofóbica: escamotea-lo seria estupidez. Num acesso de lucidez, seria forçado a reconhecer que Coimbra não tem o esplendor das montanhas ou o carinhoso mistério do mar: mas há demasiadas coisas na vida que não têm uma explicação lúcida, que não se explicam nem se compreendem, apenas se sentem. E quem consegue sentir esta cidade, descreve nela uma beleza imponente e única!